Jaime Lern... ops, Daniel Johnston tungado do Instagram do Dago POR Dago Donato
Nosso colaborador e frequentador quase velha guarda do SXSW – além de DJ matador da crew – Dago Donato falou que ia se credenciar como imprensa pela Soma para a edição de 2012 do festival texano, mas descolou uma pulseira com o pessoal do Some Community e quase deu tchau pra gente. Mas como ele é gente boa demais, compilou pra Soma o que achou de melhor e pior nas ruas de Austin neste ano.
O melhor
1. !!!
Não tinha vídeo de 2012, mas esse de 2011 é legal igual
Perto desses caras, qualquer banda é bandinha. Num clube apertado, eles fazem qualquer um dançar. Nic Offer é dos melhores frontmen que já vi. E a banda junta conhecimento musical e habilidade nos instrumentos pra fazer festa. Saldo: roupa encharcada, pés doendo, costas arrebentadas e aquele sorrisão bobo na cara no fim do show.
2. Built To Spill
Show do Built To Spill é covardia. Eles poderiam tocar aquelas guitarras por dias seguidos e neguinho não arredaria o pé do local. Transe puro. E olha que não deu tempo de eles tocarem a sequência final: “Sidewalk” e “Carry the Zero”.
3. Food Trucks
Não, não é banda. São os trailers que vendem comida. Austin se auto-intitula a capital americana do assunto. E vou dizer, em muitos trailers se come melhor que nos restaurantes. De burrito coreano a sorvete gourmet, tem de tudo. E é barato.
4. Kool Keith e Black Star
from on .
Tá, o show vendido como Black Star foi só do Talib Kweli com uns amigos, tipo o Pharoahe Monch. Geral esperando uma aparição do Mos Def e nada. Então tecnicamente foi um show do Talib. Mas foi fodão de qualquer jeito. Assim como o Kool Keith. Apavoraram as apresentações de rappers mais jovens, como A$AP Rocky e Mr Muthafuckin Xquire, que fizeram shows muito ruins.
5. Daniel Johnston terminando o show com “Speeding Motorcycle” e “True Love Will Find You in the End”
O pranto rolou forte na plateia.
6. Festa da Mad Decent com a Fools Gold
Rolou longe do centro de Austin, nos novos Emo’s e Beauty Ballroom. Fora da muvuca, em lugares agradáveis, com fluxo tranquilo entre as duas casas e um line up bem legal. De melhor: 1. Hudson Mohawke - impressionante como o set dele nunca é óbvio e, ainda assim, enlouquece a galera. O moleque é um monstro. Não percam no Sónar. 2. Com Truise - outro monstro. Com um baterista tão monstro quanto. 3. Wavves - tá aí uma banda que sabe fazer um show de rock maneiro. 4. G-Side - aprende, A$AP! 5 - Teengirl Fantasy - eletrônica viajandona e dançante de uns moleques que ainda vão dar trabalho.
7. Dan Deacon
O show dele é sempre uma festa. Tanto que fui em dois. Ficou ainda mais legal agora, que ele toca com dois bateristas. O cara comanda a galera como poucos, seja no gigantesco Stubbs, seja no menor Club Deville.
8. White Denim
Saca aquelas bandas que chega a dar raiva de tão boas ao vivo? O White Denim segue essa linhagem.
9. Vockah Redu & the Cru
Como o mundo ainda não descobriu esses caras? Tive que ver dois shows seguidos. Se tivesse um terceiro, eu iria.
10. Mais um monte de outros shows legais
Tanlines, Shins, Grimes, Kymia Dawson com Jeffrey Lewis, Of Montreal, Deerhoof, Trash Talk, Japandroids, B L A C K I E, Cubic Zirconia, Spoek Mathambo, Flosstradamus, Bomba Estereo, Lee Fields...
O pior
(Sem vídeo nem foto, basta imaginar)
1. Invasão dos frat boys
Era um movimento que já se notava nas edições anteriores do festival: a turma da facul desencanar de Cancun no spring break e baixar em Austin pra farrear. Mas esse ano a cidade virou uma grande keg party.
2. Os shows não vistos
Festival nessas proporções é assim. Você vê mais shows do que seu corpo aguenta e menos shows do que gostaria. Nas, Bruce Springsteen, The Men, Youth Lagoon, Perfume Genius, Danny Brown, Titus Andronicus, TNGHT (Hudson Mohawke + Lunice), Darkside, Sepalcure... a lista dos shows que não vi e queria ter visto é bem maior do que a de shows que vi.
3. Saturação
Esse ano veio gente demais. A cidade e o festival - e as festas paralelas - não comportam. Como disse alguém, a 6th Street (rua central que é fechada durante o evento) parecia um
Frogger que ninguém gostaria de ter que jogar.
4. O som
Com intervalo curto entre os artistas, não há tempo de passar o som, que, geralmente, é acertado durante a apresentação. Isso gera de situações ridículas - a guitarrista do Shins tocando com a guitarra desligada por três musicas - a irritantes - saí do SBTRKT antes que o set acabasse, de tão mal equalizado que estava o som.
5. As distâncias
Com o festival se expandindo cada vez mais, está cada vez mais difícil - e cansativo - chegar de um lugar a outro. Haja pés.