Lady Green e André Kaveira . Leia entrevista com os criadores da ‘Dança do Padê’

Prestes a lançar novo disco, dupla eco-tecno-brega lança o vídeo da ‘Chicotada do Búfalo’ com exclusividade para a Soma, assista

POR DANILA MOURA
publicado em 13.03.2013 16:39  | última atualização 13.03.2013 17:06

Lady Green e Robo POR Divulgação

Ambientalista, atriz, produtora e uma das cantoras queridinhas do treme, Lady Green é o nome artístico de Elida Braz, paraense multitarefas que encabeça parceria com Marlon Branco no selo Jambú Music. A alcunha foi dada por Fernando Gabeira, encantado pela beleza da musa ambientalista. Ao lado do marido tão multifacetado quanto ela, André Kaveira, produtor musical, ambientalista e advogado, a moçoila conversou com a Soma sobre a nova empreitada no selo, que pretende trazer para o sudeste o ritmo do treme em shows com aparelhagens faraônicas.

Leia também: Entrevista com OMULU criador do selo Jambú Music

Há décadas na carreira artística, a dupla trocou de endereço há um ano e está no Rio de Janeiro. A mudança faz parte dos planos de expandir o treme e o tecnobrega para o sul do país. História não falta na vida desses dois. Já tiveram um teatro de performances para lá de ousadas no Belém,  o Mystical, destruído num incêndio. Depois, formaram uma banda e rodaram de ônbus até o Rock in Rio 2001. Donos de uma reserva ambiental em plena Amazônia, o casal já rodou o mundo defendendo o meio ambiente. Dentro do ônibus movido a biodiesel, o Curupira Express, são promovidas atividades sobre ecologia e aulas de DJs voltadas à população carente do Pará.  Por causa do possante eco, viraram atração na Rio + 20 e no Fórum Social Mundial de Belém,  ganharam prêmio de Cidadão do  Itaú Cultural e conseguiram apoio governamental para ampliar as atividades sociais. No Projeto Caravana Carbono Neutro, plantaram milhares de árvores e anda foram até Copenhagen na Conferência do Clima, COP 15. Atualmente, o busão participa de eventos interativos entre o público e a natureza, durante passeios no Rio de Janeiro.



Vocês não têm receio de represália por causa da música falando de padê?

André Kaveira . É uma paródia, brincando com isso. Um tema atual, uma coisa q hoje é pop, está no meio das pessoas, galera da cidade grande. Faz parte do cotidiano de gente que curte festa, fashionistas. A gente sabe. Padê também é uma referência aos cultos dedicados a Exu, tem outros significados. Uma parte da imprensa marrom vai querer criticar, dizer que é apologia a algo. Artista é livre para criar e falar sobre o que desejar. A constituição garante liberdade para uma obra autoral.  Mas o nosso trabalho não pode ficar restrito a essa música, falamos sobre diversos assuntos. Ao contrário da maioria das aparelhagens, que só fazem canções sobre DJs e o próprio grupo, optamos por diversificar. Mas sempre brincando com a ambiguidade, o duplo sentido, que são figuras de linguagem inerentes à música popular.

Outros conteúdos são postos na roda, como ambientalismo, reciclagem e afins, como na música que fizemos sobre a latinha reciclada. Não nos preocupamos com a opinião dos outros para produzir nossa arte. A função dos artistas também é botar na roda assunto que está rolando. É uma brincadeira.



Marlon Branco & Lady Green por Divulgação

Como foi a produção do clipe?


Lady Green . Fomos atrás de uma linguagem mais caprichada, tudo muito colorido, com referências às festas moderninhas. Clima de festa, todo mundo muito loco, se divertindo. As plataformas utilizadas por Marlon Branco e Lady foram encomendadas de Noritaka  Tatehana, o estilista dos sapatos da Lady Gaga. Sempre apostamos no visual caprichado. Para você ter ideia, fui a primeira a utilizar LED nas roupas, no tempo que eu ainda era DJ Sainha. O primeiro maiô era costurado lâmpada por lâmpada. Já levei até choque no peito por causa dessas pirotecnias, não é fácil!  (risos). O público merece um show de verdade!

Quais são os planos para o futuro?

Lady e Kaveira  . Planejamos lançar uma série de clipes. Um dos planos é construir um barco em formato de nave, cheio de LEds e efeitos, para gravar um clipe percorrendo os rios amazônicos.  Além do clipe da “Dança do Padê”, finalizamos o “Chicotada do Búfalo”, outro que estamos passando em primeira mão para a Soma. Queremos também levar à população ribeirinha o gostinho da pirotecnia das grandes aparelhagens, será encantador! Devemos fazer uma apresentação na Feira de São Cristóvão, falta fechar as datas. O disco sai do forno daqui 15 dias. A capa será de papel reciclado, com sementes de árvores de presente. A cada 100 mil views dos clipes no You Tube, plantaremos 10 arvores na Amazônia, tudo será certificado.

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 jambú music, marlon branco, lady green, andré kaveira, Elida Braz

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