Jair Naves lança primeiro clipe de novo álbum, assista e leia entrevista

'E Você Se Sente Numa Cela Escura, Planejando A Sua Fuga, Cavando O Chão Com As Próprias Unhas', disco do ex-Ludovic, será lançado na próxima terça-feira (18)

POR PAULO MARCONDES
publicado em 11.09.2012 12:08  | última atualização 18.09.2012 17:27

Jair Naves POR Lane Firmo

Depois de angariar uma pequena e fiel legião de jovens e angustiados fãs com o Ludovic, o cantor e compositor paulistano Jair Naves lança na próxima semana seu primeiro álbum solo, E Você Se Sente Numa Cela Escura, Planejando A Sua Fuga, Cavando O Chão Com As Próprias Unhas.

Sequência do EP Araguari (2010), o disco é uma obra “otimista” – nas palavras do próprio Jair – de um dos compositores e intérpretes mais autênticos e inquietos do sempre maltratado “rock nacional”. Em carreira solo desde 2010 – o Ludovic deixou este plano de existência em 2008), Naves também lançou o single Um Passo Por Vez.

Batemos um longo papo com Jair, sobre o fim do Ludovic, as experiências da vida artística e as intenções do cantor com o novo álbum. Publicamos a entrevista em duas partes – a primeira abaixo e a seguinte na próxima terça (18), no lançamento do disco. Confira abaixo o clipe de “Pronto para morrer (O Poder De Uma Mentira Dita Mil Vezes)” e leia o papo.



O nome do seu álbum é E Você Se Sente Numa Cela Escura, Planejando A Sua Fuga, Cavando O Chão Com As Próprias Unhas. Parece um disco bastante pessoal, tão pessoal quanto o Araguari, queria saber se é isso mesmo.
 
As coisas que faço tem essa característica bem confessional mesmo, eu não consigo compor de um jeito muito diferente. É realmente bem pessoal e muito sobre o momento que eu estava vivendo imediatamente antes. Nesse disco eu deixei pra escrever a maioria das letras um mês antes da gravação, para que fosse o retrato de uma época. É muito parecido com o Araguari nesse sentido de ser muito pessoal, uma coisa muito, muito íntima num estado de espírito que eu estava vivenciando na época. A diferença é que o Araguari é um disco muito nostálgico, é sobre minhas raízes num momento que eu estava em busca de uma afirmação, o fato de quem eu era. Ele seria o meu primeiro trabalho sozinho, com meu nome, então queria falar sobre as coisas que me eram muito enraizadas e tudo mais, que é um disco sobre meu pai, sobre minha infância e blá blá blá. Esse disco novo é muito sobre o agora, sobre o que eu estou vivendo, o que eu estava vivendo e que eu continuo vivendo, de buscar uma melhora da realidade, uma melhoria na minha vida. Se você pensar que você não vai viver para sempre... se você morresse hoje e aí, você está satisfeito com o que você fez, com o que você é? No meu caso a resposta era não, então é uma busca para chegar numa coisa que eu idealizo e que quero alcançar um dia.
 
Você falou de colocar o nome em seu primeiro trabalho solo, como você vê colocar seu nome em um projeto? Porque antes você meio que maquiava tudo atrás de uma banda, hoje a pessoa diz “eu não gosto do Jair Naves”.
 
No começo foi difícil porque eu tinha essa noia de parecer um pouco ególatra. Aquela coisa “agora eu sou artista”. Porque banda dá essa ilusão de “gangue”, de uma turma de amigos fazendo alguma coisa, um lance comunitário de se dividir. Quatro ou cinco pessoas que acreditam na mesma coisa a ponto de colocar o rosto a tapa. Hoje em dia eu me sinto bem mais confortável, eu acho que é melhor, porque a responsabilidade é minha e é algo que me permite fazer um show voz e violão se eu quiser. Se um dia eu estiver insatisfeito com um músico ou o músico tiver insatisfeito comigo a gente pode mudar e não vai ter grande ruptura, aquela coisa “fulano saiu da banda e agora, vai ficar aquela coisa desestilizada”. Eu estou bem mais seguro com isso. No começo, eu estava um pouco com medo de ficar parecendo diva e mesmo porque é algo mais raro dentro do independente, pelo menos no circuito que eu transito que é ligado ao punk, ao hardcore e as vertentes do gênero. Mas cara, eu tô bem feliz com isso agora. Eu só me vejo fazendo parte de uma banda novamente se for uma coisa igualitária no processo de criação, mas como comigo nunca foi – não que eu seja o fodão, é só que geralmente eu acabo assumindo o controle da parte criativa -, então é melhor que seja assim.
 
Essa coisa de letra e tudo, eu lembro uma entrevista que você tinha falado sobre rap, o Mano Brown, queria saber se o rap tem alguma importância na sua formação como letrista.
 
Teve uma certa influência na busca de uma naturalidade maior no texto: não parecer muito prolixo ou um rock cantado pelo Machado de Assis (risos). Não sou grande pensador do rap. No caso do Racionais, eu acho que eles são tão bons que transcendem o gênero. Você não precisa gostar de rap para gostar de Racionais. É como Black Sabatah, Beethoven, como grandes artistas em seus respectivos nichos. Beatles, por exemplo, tem muita gente que não gosta de rock, mas ouve a discografia inteira deles. Acho que com o Racionais acontece isso. Especificamente o Mano Brown, eu acho que ele é um dos melhores letristas e intérpretes da história do Brasil. Eu acho muito louvável e elogiável no trabalho dele é que ele tem essa naturalidade e não fica vulgar, é um discurso muito poderoso e tem uma profundidade muito grande. É uma linguagem muito cheio de gíria, como se ele estivesse numa mesa de boteco falando com você.
 
Continuando com as letras, acho que já te entrevistei umas 3 vezes e sempre pergunto isso. No disco novo, percebi que elas são trabalhadas de um modo metafórico, e lembro de você sempre ter um receio de se expor. Você acha que nesse disco conseguiu se expor menos?
 
Em alguns momentos sim. Não foi tão consciente também. Isso vem muito daquele negócio de evitar repetição. Eu tenho um grande medo de ficar previsível. Até a escolha da música do primeiro clipe foi uma música mais pesada que as anteriores, para que surpreenda as pessoas de alguma forma. Quando penso nos artistas que admiro mesmo, o David Bowie, o Kubrick, o Caetano Veloso, são artistas que tiveram uma carreira muito longa, o Hitchcook, e eles sempre mudavam constantemente. Muito veio disso. Eu também acho que você busca uma discrição melhor. Realmente não foi tão consciente dessa vez. E aquela coisa, é metafórico, mas se você tentar decodificar a letra, você acaba encontrando coisas que são bastante pessoais e que dizem muito a meu respeito.


Jair Naves por Lane Firmo

Sobre não se repetir: quando coloquei o disco novo para tocar, vi uma ruptura entre o que tinha sido feito no Araguari e no próprio Um Passo Por Vez. Como foi o processo de criação dele?

 
Acho que uma coisa que ajudou muito foi eu ter gravado com uma banda tão diferente da que gravou os discos anteriores. Não me lembro de uma ocasião que eu estava cercado de tantos músicos bons e talentosos e tão capazes, isso ajudou muito. A gente gravou num estúdio diferente, com outra abordagem também, foi uma coisa muito mais ao vivo, sem tanta insistência. Lembro que no Araguari, como eu estava inseguro e muito preocupado, eu gravava a mesma música um milhão de vezes. Ficou muito bom, eu não estou falando mal do disco e dizendo que esse é melhor que esse. Uma coisa que me irrita é quando alguém lança um novo álbum e fica renegando o passado: “puta, aquilo que eu fiz é uma merda e isso é muito bom”. Mudou tudo. É um disco bem mais urgente, tem três coautorias, duas músicas foram com o Renato, e uma foi com o Alê, que tocava piano na formação antiga, mas que agora participou mais ativamente. Eu ouço gêneros diferentes agora, acho que isso acabou me influenciando.
 
Você comentou sobre o Renato ter participado bastante da composição do novo álbum, queria saber o que mudou com essa nova formação. Porque você começou tocando com a Julia...
 
O processo de composição não mudou muito. As músicas que o Renato acabou assinando, eu meio que cheguei com elas prontas, mas ele colocou algo tão característico que acabaram tomando rumos completamente diferentes. Mudou que a gente ensaia mais agora e que eles são músicos com grau de instrução muito elevado. O Renato entende muito de harmonia, o que eu, da minha escola punk, achava que era até prejudicial e eu aprendi que não, e o Babalu é um baterista fenomenal, é um dos melhores do Brasil mesmo. Ele tem uma qualidade que eu nunca vi em outro músico, que apesar de toda instrução dele – ele estudou seriamente, toca em banda de jazz, com projetos tão diferentes quanto o meu, o Siba, o Reffer – ele toca tudo. Além de conhecer toda a parte teórica, ele se sensibiliza com coisas muito toscas, ele tem uma sensibilidade musical muito grande, o que é raro em bateristas, pelo menos nos que conheci até hoje. Ele sente a música. A coisa pode ser muito mal tocada e ele consegue ver o valor artístico disso. Então o que mudou é que foi um disco bem coletivão mesmo. Eu estou bem feliz com isso e espero que eles possam tocar comigo por muito tempo.
 
Hoje a formação é?
 
Além de mim, tem o Renato Ribeiro na guitarra, o Thiago Babalu na bateria e o baixista é o Alexandre Molinari (ex-The Name), e o Alexandre Xavier vai tocar uma vez ou outra, mas ele não gosta muito da vida de músico (risos).
 
O Um Passo Por Vez foi o último lançamento, é um pouco mais melancólico que o Araguari, com letras mais fortes. Eu queria saber se há um lado mais desse jeito, ouvi o álbum novo e notei que em vários momentos ele tá bem mais rock, mas em outros...
 
Engraçado você dizer isso, porque “Um Passo Por Vez” é de longe a música mais popular. Mas enfim, eu acho o disco novo mais animado, lógico que eu nunca vou ser um Tim Maia ou um Simonal, aquele lance do entertainer de alegria contagiante, mas é um pouco mais otimista. Uma coisa que eu vi com a idade, é que as coisas não são o fim do mundo. Você passa por uma série de perdas, de crises, mas você segue. Especialmente na época do Ludovic, eu tinha uma sensibilidade muito extrema para as coisas, o que era muito prejudicial a mim. Achava que tudo era o fim da vida. Sei que no novo disco tem letras fortes, que podem assustar não iniciados nessa coisa que faço, mas acho que o álbum é mais encorajador.


 
O disco vai sair dia no dia 18 de setembro na internet, para download...

Sim, sim, e vai ter um show de lançamento no dia 14 de outubro no CCJ, que é o lançamento físico do CD.
 
Fiquei sabendo que vocês vão prensar o vinil, quando que sai?
 
Eis a questão (risos). O grande problema é que ele deve ser feito na Europa e aí tem um problema de logística e etc. A ideia é que saia no começo do ano que vem, para dar uma renovação no lançamento do álbum.
 
Algumas bandas tem lançado vinil ultimamente, você acha que ele ainda é importante?
 
Acho que ele é um processo importante de revalorização da música. Pelo fato de a música ser tão gratuita e tão acessível é ótimo, mas acho que tira um pouco o valor. Lembro quando eu era adolescente, eu comprei o In Utero (do Nirvana), eu tinha uns 12 ou 13 anos, e quando ouvi a primeira vez eu achei horrível, pensei que tivesse vindo com defeito de fábrica porque era muito barulhento e eu não entendi nada. Eu fiquei uns dois ou três anos sem ouvi-lo, e tentava trocar com os amigos da escola, mas só tinha eu e dois amigos que gostavam de Nirvana e aí, como eu não consegui me desfazer do álbum, eu dei uma chance e virou um dos discos da minha vida. Se fosse hoje em dia eu só apagaria do HD e não daria chance nunca mais, talvez tivesse me tornado outra pessoa. Acho que quando você compra um vinil ou um CD você é obrigado a dar várias chances ao álbum. Lembro que a gente estava falando sobre O Som e a Fúria (livro de William Faulkner), que tem, sei lá, 260 páginas e só começa a fazer sentido na página 200. Para um disco você não dá chance nem até a página 20. Eu sou consumidor de música de outra geração, então é bastante importante a relação tátil. E outra, eu nunca tive um lançamento em vinil, então é muito pra mim, também. Tudo o que eu faço é bastante para mim, se tem algo que eu me orgulho e é vantajoso no meio independente, é que você não precisa atender uma demanda de mercado, você faz o que quer.
 
O disco ele tá mais rock que tudo o que você tinha feito, mas tem uma parte peculiar que é uma música que você fez em homenagem a sua mãe. Por que a homenagem a ela?
 
Eu falava muito sobre meu pai nas músicas anteriores e eu o perdi muito cedo, talvez por isso eu falava tanto, para tentar entender o que aconteceu com ele. Mas como eu era muito novo, fui criado pela minha mãe e é a pessoa mais importante do mundo para mim. E eu tenho problema com homenagem póstuma, não acredito que as pessoas irão ver isso, e eu queria fazer isso para ela, enquanto ela estiver por aqui. É um disco muito sobre passagem do tempo, que quando você menos percebe, você já envelheceu. E eu me dei conta que as pessoas que eu amo não estarão aqui para sempre, e ela é uma delas. Queria fazer uma homenagem a ela, mostrar o quão importante ela é. Na verdade, a gente tinha a base instrumental dessa música e ela era a mais bonitinha. Não sabia sobre o que falar nessa música, achava que tinha que ser algo imprevisível e que eu nunca tinha abordado antes.. Quando eu fui gravar eu pensei que os caras iam zoar, achar cafona pra caralho, mas não, eles sentiram na hora. É uma música de que gosto bastante e uma das que sinto que evolui como compositor.
 
Qual foi a reação da sua mãe ao ouvir?
 
Ela ficou bem emocionada, bem feliz. Eu deixei o disco lá, queria que ela fosse uma das primeiras pessoas a ouvir, e falei: “ouve essa música, mas só essa, não ouve inteiro não”, e ela ouviu e me ligou. Ela ficou meio sem jeito, não esperava. Depois ela escutou o disco inteiro e gostou, deu opiniões de mixagens. A princípio ela estranhou as mais pesadas, mas disse que gostou como um todo.
 
Sua mãe sempre te apoiou como músico?
 
Não, a princípio não, pelo contrário. Nós somos em cinco irmãos. Eu sou o caçula. Desses quatro, três são advogados e um é professor. Uma família bem tradicional. Aí com 17 anos eu entrei numa banda chamada Okotô, que era bem pesada e já tinha uma estrada considerável. Quando tocamos na TV, teve uma reunião de família para me demover da ideia, “não, você não pode fazer isso, esse negócio de música não é pra você”. Só que logo eles viram que não tinha jeito. Com o passar do tempo, ela viu a seriedade disso, o retorno disso, a coisa do reconhecimento, ocasiões de eu ir com ela a um lugar e alguém vir falar comigo, dela ler algo que fala sobre mim, hoje ela apoia bastante. É uma das pessoas que mais me apoiam.


Jair Naves e a nova formação da banda por Lane Firmo
 
Esse disco tem algo mais otimista, que as pessoas que você gosta não estarão aqui para sempre, que você precisa fazer as coisas. O que é o envelhecimento e a morte pra você?

 
O envelhecimento é difícil. Uma coisa estranha em envelhecer é que você deixa de achar graça em coisas que você amava antes e você deixa de dar valor a coisas que regiam sua vida antigamente, mas por outro lado, você acaba mudando suas prioridades. A fase em que estou é das melhores, você é relativamente jovem, e capaz fisicamente, mas já tem uma certa vivência, uma certa sabedoria. Mas me preocupa pensar que somos uma bomba relógio e vamos explodir a qualquer momento. Eu queria ser espiritualizado o bastante para poder acreditar que depois que a gente morrer vamos encontrar as pessoas queridas em outro plano, porém, francamente, eu não acredito nisso. Pelo menos não com a convicção que eu gostaria. É um pensamento desesperador. Um dos grandes problemas de estar vivo é perder pessoas queridas. Além de que, quando a gente tem 20, vinte e poucos anos, pensamos que o mundo vai girar em torno da gente, mas daí o tempo passa e você vê que não é assim e tem uns moleques mais novos do que você fazendo algumas coisas e você “nossa, o que essa molecada tá fazendo”.
 
Falando sobre referências numa entrevista que um cara fez com você em 2005, por aí, você disse que gostava muito de Mundo Livre S/A, Black Flag, e recentemente em seus shows você cantava uma música que era interpretada pela Maysa. O que você tem escutado, o que puxou de referências para o disco novo?
 
É difícil, tem muita coisa. Depois do Araguari eu entrei numa fase fanática por Dolores Duran, que é uma artista que morreu muito jovem, e é uma das melhores interpretes. Eu tava muito interessado em contar histórias nas músicas, e eu descobri algumas coisas do Bruce Springteen, que era um cara que eu tinha uma imagem pré-concebida não tão justa com ele e eu passei a gostar bastante do trabalho dele. Eu ainda gosto muito de Velvet Underground, do Replacements, do Black Flag, do Bob Dylan, enfim, das coisas que eu cresci ouvindo.
 
Percebi que você está bem ansioso e na expectativa do que o público vai achar...
 
Eu tô numa ansiedade enorme, de não ter sono, de estar irritadiço. Eu acho que é um disco diferente, não sei se você sentiu isso, é diferente do que eu fiz antes e é algo que faço para mim, mas gastei bastante tempo fazendo e estou muito orgulhoso, quero dividir com as pessoas, quero saber o que elas vão achar. É uma ansiedade boa, estou confiante. Espero que aconteça logo. Dizem que esperar pela festa é a melhor parte dela e eu estou esperando muito, muito mesmo. Eu quero tocar as músicas, não vejo a hora e que as pessoas já tenham conhecimento. Nós já tocamos algumas delas, mas o público não sabia as letras, ficava sem cantar, agora é diferente.
 
De onde vem o nome do disco? Ele é grande, lembro quando estávamos conversando e você falou que a senhora da Biblioteca Nacional não queria registrar, porque tinha excedido o limite de cinquenta e poucos toques...

Eu sempre tive títulos bem grandes. Desde o primeiro disco do Ludovic: “Você Sempre Terá Alguém A Seus Pés”, “Teoria e Prática na Voz de um Veterano Ofegante, “Mais um Vexame para Minha Coleção”, e ai no segundo disco tinha: “Atrofiando/Recém-Convertido/Ex-Futuro Diplomata”, “Eu Fiz Pouco Caso De Um Gênio”. No EP tinha a “De Branquidão Hospitalar” que era “De Branquidão Hospitalar (Delirando Queimando em Febre eu me Apaixonei)”, e me convenceram a reduzir, depois “Minha Cúmplice, Minha Irmã, Minha Amante”. Eu gosto disso e nunca tinha feito com o nome de um álbum. Eu passei por um período um pouco complicado antes de gravar, que eu me afastei um pouco da música porque minha banda se desfez e eu tive que remontar, daí acabei tendo que me dedicar a outras coisas. Eu vivia bem insatisfeito e vejo que tem pessoas que sentem isso, que não veem a hora de mudar. Então eu quis fazer um disco para pessoas que sentem o que sinto, numa situação que você está preso numa cela, numa jaula, e que você quer mudar tanto isso, que pensa “eu vou sair desse lugar, nem que eu tenha que cavar o chão com minhas próprias unhas”, e isso é possível.
 
O disco é bem esperançoso...

É um disco sobre querer mudar sua vida de qualquer jeito. Então tem esse otimismo. Por pior que seja a situação, você pode mudar. A idéia é essa, de que o melhor da vida ainda está por acontecer.
 
Então foi o disco mais otimista que você já gravou?
 
Sem sombra de dúvidas.

Leia a segunda parte

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