Você reclama do prefeito, do trânsito, da poluição, do custo de vida. A gente também acha que isso tudo tá um lixo em São Paulo. Mas ainda sobram uns vários motivos pra se curtir a metrópole, e o nosso favorito é a programação cultural da cidade. Um exemplo é o Mês da Cultura Independente, que rola em setembro no CCJ - tudo lindo, e tudo de graça.
Quem dá início aos trabalhos é o Skatalites, que toca com o B Negão e Os Seletores de Frequência, na rua em frente ao CCJ, no dia 2 às 16h. O show é gratuito e não é necessário retirar ingresso na recepção.
O grande enxadrista e rapper GZA (membro fundador do Wu Tang-Clan) vem ao Brasil para se apresentar dentro do festival gratuitamente. O show rola às 18h do dia 9. Só que tem uma treta: o Genius toca no teatro do CCJ, cuja lotação é de 500 pessoas. Ou seja, o radar da Soma indica um alto nível de "vai dar merda" - afinal, como lembrou o Flow MC no Twitter, vai ter gente do Brasil inteiro vindo pra SP ver o rapaz. Sugestão: coloquem o GZA na rua, que nem tá rolando com as outras atrações. Vamos ver se o rapper vai bater os 16 MIL trutas que o Projota juntou no lançamento do DVD dele. UPDATE: o CCJ acatou a sugestão da Soma e de mais uma pá de trutas e agora o show vai ser na rua em frente ao CCJ às 18h.
Mano Brown é outro artista que fortalece o rap na mostra, convidando Dexter, Emicida e Edi Rock para estarem ao lado dele no palco. "Mulher Elétrica", "Gangsta Boogie" e "Amor Distante", estarão no reportório do rapper. A apresentação do Brown acontece no dia 16/9, às 16h, na rua em frente ao CCJ.
Na sexta-feira (7), às 16h, na Praça da República, a Sociedade Independente Amigos da Boa Rima leva ao centro de São Paulo as já tradicionais batalhas de freestyle. A curadoria ficou por conta do Laboratório Fantasma e a apresentação dos duelos será feita por Emicida. Além das batalhas, Kamau e Amiri fazem um pocket show.
Dando uma variada no estilo, o The Ex fecha a mostra, tocando no dia 29, às 18h no teatro, também gratuitamente.Formado em 1979, o grupo é uma instituição do punk europeu. Indo muito além dos riffs de três acordes, o grupo absorveu elementos de improvisação livre, música folk do leste europeu e da Turquia, música africana – incluindo uma frutífera parceria com o saxofonista etíope Getatchew Mekurya – atonalismo, entre dezenas de ideias musicais dissonantes.
Os indies novaiorquinos do Blonde Redhead se apresentam de graça na praça do Cemitério Cachoerinha a partir das 18h30 do dia 23, em mais uma edição do Cinetério, que ainda conta com exibição de filmes e com a discotecagem do DJ Tomash, da festa Voodoohop.
Pra quem curte um samba, rola ainda a exibição no dia 20, às 19h30, do doc Zeca, o Poeta da Casa Verde, que conta a história do sambista que compôs enredos para a Império da Casa Verde e Rosas de Ouro.
No campo da arte a Instalação: Caixa Hoffmann mistura o universo fantástico do escritor E. T. A. Hoffman ao imaginário dos primórdios do cinema, em uma peça criada pelo coletivo Sáfaro, misturando foras tridimensionais, projeções de vídeo e engenhocas de baixa e alte tecnologia. Além disso, a exposição Arte de Rua - “A Saga de Writer”, de Past e Lobot, projeta nas paredes da alameda a história que conta a vida de um cidadão que busca a reflexão sobre a sociedade atual. O conto será publicado em livro.
O pixo, forma de expressão tipicamente paulistana, é o tema do debate entre Sérgio Franco e Djan “Cripta” Ivson, no dia 23, às 17h, no Espaço Sarau. Sérgio Franco é sociólogo, foi curador das expos São Paulo Mon Amour (Paris, 2009) e Graffiti Fine Art (São Paulo, 2010), e acompanhou os pichadores brasileiros que foram à Bienal em Berlim. Cripta é videomaker, pichador, idealizador dos ataques que aconteceram na Bienal de São Paulo e participou da Né Dans La Rue, São Paulo Mon Amour e da 7ª Bienal de Berlim.
Quem tiver com vontade de dar um rolê escutando um som, o Audiotour Ficcional é uma boa pedida. Usando a cidade e os espaços próximos ao CCJ, o participante pega um fone de ouvido conectado a um mp3 player e segue as orientações de um personagem para ir fazendo trajetos fictícios nas ruas da Vila Nova Cachoeirinha. O Auditour Ficcional estará aberto do dia 6 ao dia 29, nas quintas e sextas a partir das 14h e nos sábados às 11h
Na literatura, um encontro com diversos saraus da periferia acontece no dia 15, a partir das 18h, no Espaço Sarau do CCJ. A ideia do evento A Periferia Vista Na Bolinha Do Olho é reunir coletivos, artistas e poetas para compartilharem seus trabalhos. No término do sarau, uma feira de troca e venda de livros independentes tomará conta do lugar.
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